sábado, 5 de janeiro de 2013



CAPÍTULO VI - OS MIL MUNDOS DE SUED 

(Parte 1)


Por dentro do seu corpo, parecia tramitar uma espécie de corrente elétrica que o deixava com uma sensação mista de felicidade e temor. Parecia que todo universo estava naquele momento "passeando" por dentro da sua corrente sanguínea.

A lentidão nos movimentos pareciam restaurar a morbidez de um passado não tão distante, mais o que estava sentindo naquele momento era muito diferente, era uma alegria incontrolável, êxtase em forma de felicidade. As cores terciárias confundiam seus olhos através da profundidade do infinito, e de tamanha grandeza e beleza "radiática" , simplesmente inexplicável.

Dentro da sua cabeça uma voz, que de prontidão reconheceu. Sued em uma espécie de sussurro lhe falava sobre a vastidão do universo que ao mesmo tempo era magnífico, exuberante e infinitamente grande, apesar de continuar em expansão!

Tomé sem folego, com tamanha surpresa diante de tanta magnitude, não conseguia assimilar tudo, mais resolveu simplesmente admirar e aproveitar, de forma empírica e com profunda sensação de relaxamento, enquanto se deslocavam.

Orion, a constelação a qual se encontravam nesse momento, era facilmente reconhecida por Tomé, pois desde pequeno costumava admira-la na companhia maravilhosa de sua avó, a qual tinha muitas lembranças "felicitas". Conhecida popularmente como "três Marias", elas formam o cinturão da constelação de Órion, o caçador. 

Seus nomes são Mintaka, Alnilan e Alnitaka. 

A constelação tem a forma de um quadrilátero com as Três Marias no centro. O vértice nordeste do quadrilátero é formado pela estrela avermelhada Betelgeuse, que marca o ombro direito do caçador. O vértice sudoeste do quadrilátero é formado pela estrela azulada Rigel, que marca o pé esquerdo de Órion. 

Estas são as estrelas mais brilhantes da constelação. Como vemos, no hemisfério Sul, Órion aparece de ponta cabeça. Segundo a lenda, Órion estava acompanhado de dois cães de caça, representadas pelas constelações do Cão Maior e do Cão Menor. A estrela mais brilhante do Cão Maior, Sírius, é também a estrela mais brilhante do céu, e é facilmente identificável a sudeste das Três Marias. Procyon é a estrela mais brilhante do Cão Menor, e aparece a leste das Três Marias. Essas eram lembranças exatas de sua infância e vividas "in loco", naquele instante! 

Mais uma vez Sued sussurra e imediatamente ele se depara dentro da atmosfera de um estranho planeta.

Sued, agora em voz e gestos, aponta;

- Estamos em Camelopardalis, e aqui você entenderá a origem das espécies!

Imediatamente Tomé viu em um longo e verdejante pasto, centenas de girafas a galopear pelo campo, e notou que além delas nada havia, a mais, de forma animal.

Sued continuou;

- Fiz diversos planetas, milhares de mundos, e os separei, em um primeiro momento em espécies. Muito depois, quando resolvi criar seu planeta é que decidi reunir algumas delas; lembra da história que você aprendeu sobre a arca de Noé? Nada mais era do que a chegada dessas espécies em seu planeta!

Tomé retrucou;

- Mais e toda aquela história do dilúvio e da construção da arca, por Noé?

Sued, com um olhar tranquilo e de desapegado respondeu;

- A humanidade, querido Tomé, tem por audácia interpretar histórias, as quais os discípulos de um dos meus filho, Otsirc Susej, escreveram, assim como manipular tal mandamentos e resumir tudo no livro que vocês chamam de Bíblia. Sim ali consta muita informação a qual eu passei, mais te garanto que ficou de fora pelo menos dois terços de tudo. Onde está o evangelho de Airam Aneladam, por exemplo? E o seu?

Como na velocidade de um raio, Tomé estava em um lugar completamente diferente, escuro, frio e desolador. Ali se encontravam espécies as quais ele nunca tinha visto.

- Aqui é o planeta Lar b mu, também conhecido em seu planeta como Umbral, segundo doutrinas seguidas por lá. Iguais a esse existem dezenas; Lar x na, Lar e ke e por aí vai... Todos esses "lares" são planetas de regeneração e espiação de espécies. 

As criaturas que Tomé visualizava eram, no mínimo, medonhas. Uma tinha apenas um olho em uma cabeça que mais se parecia com um tronco de arvore, a outra era eminentemente parecida com um cérebro humano e emitia um som que mais parecia um choro, ou um lamento. Ali, na visão de Tomé, era um verdadeiro circo dos horrores!!!

Sued serenamente falou;

- Agora vamos para um planeta que parece um pouco com o seu, pelo menos no que diz respeito a semelhança física!

Continua...

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