sábado, 5 de janeiro de 2013




CAPÍTULO III - ARRET


Mágico seria empenetrante,  no sentido da palavra, para descrever Arret, um lugar onde tudo fazia sentido de forma simples mais intensa. Não havia políticos pois as leis não eram desobedecidas, tais leis eram baseadas no amor e na verdade. Não havia polícia porque nenhuma das leis eram confrontadas, assim a harmonia reinava entre seus habitantes que em uma educação exemplar se tratavam com um carinho e uma simplicidade exorbitante, sem diferença de cor, raça ou credo.

A biodiversidade era mantida intacta, pois não havia automóveis nem combustíveis fósseis, todo o transporte era feito por auto telecinesia, em um piscar de olhos o povo de Arret se deslocava no tempo/espaço, de forma absolutamente instantânea podendo assim visitar o vasto universo em questão de segundos. A comunicação era feita através de mensagens subliminares, parecida com as dos golfinhos e elefantes no planeta terra.

Toda natureza e seus seres eram respeitados, inclusive no que diz respeito a alimentação pois em nenhum momento os vi comendo, para se nutrir era usada o que eles chamavam “sucção regenerativa cósmica”, a luz, a energia do cosmos era suficiente para mante-los vivos, fortes e felizes. Assim não tinha lixo, pois materias como plásticos, alumínio, vidros e papéis não tinha serventia, industria só a de idéias chamada de “Tnof al”.

Tnof al era o lugar onde estavam Tomé e Sued, nesse momento. 

Sendo que Tomé não entendia como tinha chegado ali e perguntou pra Sued;

- Sued, onde estamos? Como chegamos aqui? – e em imediata resposta Sued deflagrou;

- Tomé, estamos em Tnof al, aqui é o núcleo, a casa de idéias, a fonte. Daqui mantemos o equilíbrio e a harmonia do universo. Chegamos aqui através da auto telecinesia, nos transportamos apenas com o poder da mente.

No planeta terra a humanidade não usava nem dez por cento da capacidade cerebral, já em Arret seu uso atingia cem por cento.

Tomé estava boquiaberto, perplexo e perguntou;

- Sued, estou morto?

Sued com uma risada infantil e ao mesmo tempo generosa respondeu;

- Claro que não, a morte é inexistente. No seu planeta de origem o desencarne, ao qual vocês chamam de morte é apenas uma passagem para outros planos superiores. Mas nesse caso específico você continua vivendo lá, sua vinda para cá que é temporária e apenas para esclarecer questões as quais sempre se auto questionou, equivocadamente, em sua pequena mente humana.

Sued continuou;

- Aqui em Tnof al, temos o controle de qualquer parte do universo que tenhamos notícia, daqui podemos manter os detalhes da misericordiosa contracepção e de tudo o mais.

Sued e Tomé, nesse momento, chegam perto de uma linda mulher, aos olhos de Tomé, que mexia em holográficos soltos no ar, como que se flutuassem, e é apresentado;

- Tomé, diz Sued, essa é Aneladam Airam. Airam é nosso “anjo de luz”, é a guardiã do bem a emissária da verdade e da paz. – e continuou;

- Airam, deixarei Tomé com você por algum tempo para que possa explicar-lhe como funciona seu setor e algo mais que seja de seu interesse. Tenho algumas atividades agora, logo estarei com vocês.

E como em um passe sobrenatural desintegrou na frente de Tomé, deixando-o inteiramente perplexo.

Com uma voz cantarolada e de uma extrema delicadeza Airam disse;

- Seja bem vindo Tomé. Para Sued ter lhe trago a Arret deve ser por você ser um indivíduo muito especial. Provavelmente deve ser um grande líder e  ou multiplicador em seu planeta.

Tomé, atônito, em uma reflexão profunda, não se sentia especial, muito menos multiplicador, talvez e no máximo multiplicava o mau humor e o rancor que criara em relação a raça humana, a qual abominava.

Airam, continuou;

- O que gostaria de saber? Não sei tanto como Sued que é o “oibas”, o mestre, mais posso te esclarecer algumas dúvidas.

Tomé completamente atordoado mais aflito por respostas, se fixou em uma ordem básica para poder enumerar as perguntas e disse;

- Quem é Sued? O que é este lugar? Por que estou aqui?

Airam, riu suavemente e cortou levemente a lista de perguntas que Tomé abruptamente revelava;

- Calma Tomé, uma pergunta de cada vez. – e prosseguiu;

- Sued é o criador supremo, como falei o “oibas”, mestre, ele criou Arret, as estrelas, o universo, seu planeta de origem, assim como todos os seres, inclusive eu e você.

Tomé interrogou;

- Sued é DEUS?

Airam;

- Sim, o criador, leia Sued de trás pra frente... toda a origem da nossa existência, se tivermos um pouco de atenção é de trás pra frente.

Tomé ruborizado pelo que ouvia, tentava assimilar tanta informação que pela sua natureza, jamais imaginou experimentar em vida.

Airam continuou;

- Arret é a terra prometida, como os rastafarianos povo de origem interplanetária, que tem representantes no planeta terra, dizem; ZION a terra santa. Aqui é onde tudo germinou o começo, o meio e o fim. Tudo que existe ou existiu e que venha  a existir terá que passar por esses hologramas, aos quais estou a administrar nesse momento. – Olhe;

Airam com uma habilidade incrível puxou uma tela no meio do vazio e instantaneamente ela se abriu. Dela surgiu imagens de uma espécie de “big-bang”.

- Essa explosão cósmica que está vendo é o nascimento de um novo planeta que acabei de criar, lógico que com uma pré autorização de Sued, o qual me comuniquei nesse momento através de mensagem subliminar, para exemplificar como funciona para você. O planeta terra também começou assim, como todo o resto do universo. 

- Darei o nome desse planeta de Émot, seu nome ao contrário, em sua homenagem.

Tomé mesmo pasmo, começava a assimilar o que acontecia.

Seguindo uma linha de raciocínio, penetrando no ser consciente, Tomé colocou;

- Então você é Maria Madalena, Airam Aneladam! – afirmou Tomé.

Airam;

- Sim, já estive em seu planeta, há dois mil anos atrás, para auxiliar o filho de Sued, Otsirc Susej, que foi mandado para dar uma direção, uma nova linha de pensamento significativo, a seu povo. Ele fez um ótimo trabalho, pena que vocês optaram pela auto destruição.

- Fantástico!!! – exclamou Tomé, agora um pouco mais crédulo.

Airam continuou;

- Apesar de você não se achar especial, faça uma introspecção analítica de seu nome; Thiago Tomé Madalen, três apóstolos, apócrifos ou não, de Otsirc.

Tomé nesse momento, como em um calafrio extremo, viajou dentro de sua mente...

Continua...

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