sábado, 5 de janeiro de 2013




CAPÍTULO IV - A VIDA DE TOMÉ - RENASCENDO
 (Parte 2)
 

Quando tudo parecia perdido, quando toda a humanidade lhe parecia indigna, surgiu o terceiro ciclo do sagrado. Ele a chamava de “Ném”, em um gesto carinhoso como em querer cuidar de alguém que foi extremamente importante em sua virada moral e espiritual, ela surgira para lhe mostrar um novo caminho. 

No meio do pior distúrbio psicológico e físico, onde basicamente sua vida se resumia ao flagelo de seu corpo através do vício e prostituição impetrado pela pseudo sociedade em um habitat cotidiano ali absorvido, surgira uma centelha de vida.

Desde sua chegada as ruas, muito tinha mudado em sua vida, novos horizontes se apresentavam assim como novas formas de ver pessoas e atitudes nas suas mais diversificadas formas. Diferentemente da maioria de vida monótona, conhecida como "normal", a rua costuma mostrar a face real e integral da vida.

Nesse momento Tomé conhece de perto a humanidade, sabe que um guardador de carro pode dividir uma refeição, enquanto seu antigo "amigo" de noitadas, pode passar o carro por cima, pois estás a margem da pseudo sociedade, um marginal, que não segue os dogmas e ou doutrinas pré moldados a milênios, pelo homo sapiens! 

Até então alguns dos alcaloides que lhe eram desconhecidos e abominados no sentido da experimentação intensiva, agora eram usados de forma torpe e ostensiva. Os pequenos furtos se intensificaram para poder suprir essas necessidades e as de seu coração agora ligados a bela “Ném”, única e detalhadamente linda perfeição soberba da natureza do exemplar feminino.

Seu mundo espiritual até então destruído, era vagarosamente reposto em seu subconsciente, pois não havia parâmetros de certo ou errado, até então.

Durante esse tempo do terceiro ciclo do sagrado tudo era eterno, as noites juntos em uma pequena rede, deitados em amor, enrolados em um único corpo, suando e sentindo o sabor de saliva quente, ofegante em êxtase de paixão, eram intermináveis. 

Sua simples presença era o retorno a vida para Tomé.

Eles, em uma evolução dita normal pela humanidade, começaram uma vida juntos, sem muitos planos mais com algo intenso e verdadeiro, o amor puro na sua mais nobre forma. E isso o fez aperfeiçoar tanto seu lado bom como o seu lado mau... era muito pra dentro do “eu complexo”, que estava em desarmonia com tudo que acontecia de forma acelerada.

Desconfigurado por tamanha cumplicidade, ele renascia.

Tomé finalmente sentia um recomeço, algo realmente com um sentido plausível, uma força suprema invariável e constante lhe enchia de energia divina. Nesses dias ele conhecia toda a maturidade do seu ser, e sentia que a partir dali tudo seria mais intenso. A dor seria mais dolorida, o desgosto seria amargo, o sentimento seria extremamente maduro, a vida seria ainda mais dura e o amor seria único.

Os desencantos de Tomé, em relação a espiritualidade estavam sendo repostos gradativamente para uma maior compreensão através do seu novo circulo de convivência. A dignidade através de coisas simples, que as vezes não damos valor, como uma cama, uma refeição e o carinho, o traziam de volta a uma vida com algum sentido.

A verdadeira face da vida e o sentimento de amor e amizade, agora lhe davam uma nova direção! Era preciso prosseguir após tamanha tempestade!

Continua...

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